Família do Paraná que utiliza raiz de carnaúba como tratamento médico visita exposição do Museu da Indústria
Alessandra Turetta, o esposo Alysson e os filhos Felipe e Isabela visitaram a exposição “Carnaúba – Árvore da Vida” no dia 1/12, com olhos mais atentos do que o público que geralmente vai ao Museu da Indústria. A família de Londrina, Paraná, veio ao Ceará adquirir raiz de carnaúba para o tratamento que Felipe, o filho mais novo, faz para vitiligo, doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele. Passando pela avenida Abolição, em Fortaleza, eles viram um outdoor sobre a exposição e resolveram visitar para conhecer mais sobre a planta que faz a diferença na vida de Felipe.
O garoto utiliza, além do chá da raiz da carnaúba, medicamentos manipulados. “É um tratamento de longo prazo. Ele vai precisar do chá por uns 5 anos. Viemos ao Ceará procurar a planta, que é muito rara no Paraná”, conta Alessandra. Eles ficaram sabendo do tratamento por uma prima, que usou a raiz há 30 anos e se curou do vitiligo. A dica do chá veio de um senhor nordestino que ela conheceu num ônibus. As primeiras raízes que Felipe usou ainda eram do estoque que a prima guardou.
“Ao ver o outdoor, ficamos com muita vontade de saber mais sobre a carnaúba, que tem tantas utilidades. A exposição é muito interessante. Descobrimos muito que ainda não sabíamos”, relata Alessandra. No dia 4/12, a família voltou à Londrina levando raiz para um ano e meio de tratamento de Felipe e mais uma muda de carnaúba para plantar na chácara da família.
Exposição “Carnaúba – Árvore da Vida”
Os aspectos biológicos, beneficiamento, processo de transformação em cera, tonalidade, o papel econômico da carnaúba no desenvolvimento do Ceará e a história da SC Johnson com o Brasil são contados na exposição “Carnaúba – Árvore da Vida”, em cartaz no Museu da Indústria.
Saiba mais sobre a carnaúba
A carnaúba é uma palmeira nativa da região semiárida e compõem o imaginário e o cotidiano dos habitantes dessa área. A palavra carnaúba tem origem na língua tupi e significa “árvore que arranha”. Os primeiros a conhecer e a utilizar a carnaúba foram os índios, através do uso da palha na confecção de cestos, urus e urupemas. No início da ocupação portuguesa, muitos dos carnaubais foram desmatados para dar origem a pastos para o gado, sendo a planta utilizada na confecção de utensílios como bolsas, chapéus, cestas, esteiras, na construção de moradias, e o palmito usado para alimentação da população e de animais em períodos de seca.
Da árvore que arranha, tudo é aproveitado. O palmito da planta jovem é alimento, assim como o fruto, que atrai ruminantes e suínos. As folhas verdes alimentam o gado. Quando elas secam, retira-se o pó, aproveitado na produção da cera. As palhas são utilizadas no artesanato, na fabricação de utensílios domésticos e na cobertura de casas, barracas, entre outras obras da construção civil. Do tronco, fazem-se caibros e linhas para o telhado, e a raiz tem uso medicinal. Ainda nos dias atuais é comum observar o uso do tronco da carnaúba como suporte para cobertura das casas e suas palhas na confecção de materiais utilizados no dia a dia. A cera de carnaúba segue tendo relevante papel na balança comercial do Ceará e é utilizado em diversos ramos da indústria.
Visite a exposição “Carnaúba – Árvore da Vida”
O Museu da Indústria é um equipamento do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), uma das casas da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).
A exposição é co-patrocinada pela SC Johnson. Confira os horários para visitação da exposição: terça a sábado – 9h às 17h e domingo – 9h às 13h. Entrada gratuita.
Museu da Indústria - Rua Dr. João Moreira, 143 – Centro
Mais informações: museudaindustria-ce.org.br / 3201 3901.