ViraVida no Ceará forma 46 jovens em 2018
Quarenta e seis jovens finalizaram ontem (21/11) um ciclo importante em suas vidas pessoais e profissionais. Eles formam a turma 2018 do Projeto ViraVida, concluída ontem, em solenidade no Museu da Indústria. O projeto, criado pelo Conselho Nacional do SESI, atende adolescentes e jovens, entre 16 e 21 anos, em situação de vulnerabilidade social. Este ano, completou dez anos de atuação no Ceará.
A solenidade contou com a presença do presidente do Conselho Nacional do SESI, João Henrique de Almeida, que parabenizou os jovens pelo esforço e recomendou que sigam estudando e se capacitando. Ele anunciou que o Conselho Nacional do SESI continuará apoiando o programa no Ceará, em 2019. O estado será um dos 15 estados do Brasil a dar continuidade às atividades do ViraVida.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Beto Studart, ressaltou a importância do programa. “Esse programa resgata pessoas que estavam ao avesso e puxa para uma nova vida, traz para o exercício da dignidade”, disse. No estado, mais de 800 jovens já passaram pelo ViraVida, cuja taxa de evasão é de menos de 15%. Da nova turma, metade já está empregada.
Participante da segunda turma do programa no Ceará, Danyel Garrison, contou sua história de superação e oportunidade. “O ViraVida me deu as bases que eu não tive no ambiente familiar. Tudo que consegui depois, com muito esforço, foi graças a essa base. Lembro todos os dias do que aprendi lá”, disse emocionado.
Com a fala interrompida por um choro de gratidão, Danyel contou que ganhou uma bolsa para cursar o técnico em Mecatrônica pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará) e logo depois foi selecionado para ser trainee e docente da instituição.
Em 2019, ele conclui o sonhado curso de Engenharia. “Sou exemplo na minha família por ser o primeiro a concluir algo além do ensino médio. E também no meu bairro, o Serviluz, onde meus amigos acompanham minha vida pelas redes sociais e sentem-se motivados a buscar uma vida melhor. O ViraVida mudou minha vida mas também a de muitas pessoas ao meu redor”, relata. Essa mudança é desejada por todos os concludentes da nova turma. Em relatos emocionados, eles revelam que o ViraVida foi uma oportunidade única de capacitação profissional e orientação pessoal.
Algumas dessas oportunidades são oferecidas por empresas parceiras do projeto, como a Companhia Industrial de Cimento Apodi. O presidente, Adauto Farias, participou da solenidade dando uma palavra de incentivo aos formandos para que persistam nos estudos com esforço diário.
Sobre o ViraVida
Durante sua passagem pelo ViraVida, os alunos frequentam cotidianamente o SESI Ceará, e passam por um trabalho de desenvolvimento pessoal e profissional, com o objetivo de resgatar sua autoestima e garantir seu preparo para o mercado de trabalho. Oficinas de empreendedorismo, trajetória profissional e autoconhecimento estão entre as ações realizadas.
O Ceará foi escolhido para receber o piloto do projeto, em 2008, e hoje é referência nacional. Os cursos realizados combinam formação profissional e educação básica, com abordagem de temas como cidadania, saúde, doenças sexualmente transmissíveis, cuidados com o corpo, orçamento familiar e direitos, dentre outros. Para atenuar deficiências na formação escolar dos alunos, o projeto oferece, ainda, aulas de português e matemática.
O público do ViraVida é formado por meninas e meninos de famílias numerosas e de baixa renda, que residem nas periferias de Fortaleza e têm sua história de vida marcada por experiências dolorosas e pela falta de oportunidade. Para atingir esse público, o programa recebe o apoio de associações, ONGs e instituições conhecidas pelo atendimento a jovens com o perfil do programa.
Atualmente, o SESI Ceará possui uma parceria com a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), que insere os alunos do ViraVida no Projeto Primeiro Passo. De acordo com a idade e nível escolar, o jovem é oportunizado em uma das três linhas de ação: Jovem Aprendiz, Jovem Estagiário e Jovem Bolsista para conquistar sua primeira oportunidade no mercado de trabalho.
Os adolescentes e jovens são acompanhados por uma equipe multidisciplinar, com pedagogo, psicólogo e assistente social e o acompanhamento inclui as famílias dos beneficiados. Para harmonizar as relações no ambiente escolar, professores e alunos do programa constroem um acordo de convivência, cujas regras visam fortalecer a interação e a integração socioeducativa.