Escola SESI SENAI usa Minecraft para envolver alunos no ensino a distância
Minecraft é um dos jogos eletrônicos mais populares do mundo e na Escola SESI SENAI, vinculada ao Serviço Social da Indústria (SESI Ceará), virou uma ferramenta importante de aprendizado em tempos de distanciamento social. De 10 a 30 de abril, os alunos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), que estão tendo aulas remotas desde 6/4, participaram de um desafio utilizando o jogo e aprenderam de uma maneira mais lúdica sobre o novo coronavírus e seus impactos na vida das pessoas, além de noções de geometria e outros conceitos da matemática.
Com um visual bem característico, o Minecraft é um jogo em que é possível explorar os recursos disponíveis (blocos) para construir objetos, cenários e o que mais a criatividade permitir. No desafio proposto pela escola, os alunos foram orientados a criar um “mundo” antes da pandemia da covid-19 e outro depois dela, utilizando aspectos reais da cidade de Fortaleza.
Para cumpri-lo, os estudantes tiveram que pesquisar mais sobre os impactos da doença e o que ela provoca de mudanças no comportamento das pessoas, dos estabelecimentos e nos serviços públicos. De acordo com o professor de matemática do SESI, Alano Pitombeira, o desafio ocorreu em seis etapas e em uma delas os alunos fizeram o esboço da própria casa no papel para depois projetarem a edificação no mundo criado por eles no jogo. “Nesse momento houve interação com a família para que eles pudessem dimensionar e entender os espaços das suas casas. Aí a matemática entrou em ação”, explicou.
A coordenadora do Ensino Fundamenal II da Escola SESI SENAI, Lia Mont’Alverne, explicou que o objetivo era incentivar um envolvimento maior dos alunos na aprendizagem. A utilização do Minecraft , informa a coordenadora, ocorre em todas as escolas da rede SESI no Brasil e busca ainda estimular elementos como criatividade, colaboração e solução de problemas. Segundo ela, o jogo é um grande aliado no desenvolvimento cognitivo dos estudantes.
Um dos participantes foi Igor César de Lima Bulhões, aluno do oitavo ano. “Foi divertido estudar jogando”, opinou. “Além do jogo, as aulas online vem me conectando muito com a escola. A plataforma na qual estou fazendo as atividades, o aplicativo de videoaulas que estamos usando, tudo isso faz com que a gente aprenda tranquilamente”, disse.
O pai de Igor, Júlio Bulhões, está acompanhando de perto o processo de aprendizagem do filho durante a quarentena e disse estar satisfeito com as soluções encontradas pela Escola SESI SENAI para driblar a ausência da sala de aula. “Eu trabalho com tecnologia e sei como o ensino a distância é uma realidade cada vez mais necessária. Agora com a pandemia isso veio à tona. A escola deu continuidade ao ensino de uma forma surpreendente, com ferramentas que realmente envolveram meu filho e facilitaram o aprendizado”, destacou.
O primeiro passo do SESI foi possibilitar o uso do Minecraft Education Edition pelos estudantes e docentes em suas próprias casas, pois antes a utilização ocorria em computadores nos laboratórios das escolas. A BigBrain, parceira da Microsoft na área de educação, foi quem apoiou esse processo, inclusive em relação à capacitação dos educadores para o uso do Minecraft Education Edition nas atividades e a criação do desafio.
“A vontade de trabalhar com o Minecraft surgiu com o desafio de manter os estudantes focados e interessados nas aulas, mesmo a distância, uma dificuldade que todas as escolas devem estar enfrentando nesse momento”, afirma Perla Amorim, especialista da área de educação no departamento nacional do SESI. A ideia, segundo Perla, é que todas as áreas do conhecimento sejam trabalhadas com a utilização dessa plataforma de jogo com muita criatividade.
Com o desafio “Mundo em Ação! Prevenção e Educação” no Minecraft, uma das habilidades trabalhadas é a autonomia, trazendo o aluno como protagonista tanto na busca por informações, quanto na escolha dos elementos que vai utilizar para montar o seu “mundo” antes e depois da pandemia da covid-19.
O SESI preparou um manual de instalação do Minecraft Education Edition e disponibilizou para que os estudantes o fizessem em casa, com ajuda dos pais. Além disso, o estudante faz o reconhecimento dos principais comandos e inicia um processo de pesquisa para a elaboração do seu próprio ambiente. “Pedimos a construção de uma cidade pós pandemia, como forma de o aluno pesquisar e se inteirar sobre o cenário atual, além de entender melhor sobre sua própria cidade. Tudo isso, neste primeiro momento, é feito sem a mediação do professor, portanto os estudantes completam os passos do desafio sozinhos”, complementa Perla.
A próxima etapa do “Mundo em Ação! Prevenção e Educação” é permitir uma integração maior entre estudantes e docentes enquanto eles cumprem a tarefa usando o Minecraft. Isso deve ocorrer por meio do Microsoft Teams, hub de colaboração do pacote Office 365 que também já é utilizado pelo SESI, ou com um servidor compartilhado no próprio Minecraft. A ideia é que os docentes criem um mundo base, definam atividades para seus alunos e eles, em colaboração, construam novos cenários em um mesmo ambiente de jogo.
“Os docentes são sempre incentivados a acessarem à comunidade Minecraft, com isso eles conseguem conversar com docentes do mundo inteiro e ter mais ideias de como utilizar a ferramenta dentro da sala de aula. Isso nos faz acreditar que ainda a utilizaremos em novos contextos e cenários no futuro, mesmo depois essa pandemia passar”, diz Sérgio Gotti, gerente-executivo de Educação do SESI.
Sobre a Escola SESI SENAI
Reconhecida como uma escola inovadora por utilizar a tecnologia no processo de aprendizagem, a Escola SESI SENAI realiza uma preparação para o mundo do trabalho e a cidadania, considerando os pressupostos educacionais previstos nas Diretrizes Nacionais para a Educação, como a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes, o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura e a Língua Portuguesa como instrumento de comunicação.
Inaugurada em 2016, a Escola SESI SENAI ganhou repercussão ao utilizar a tecnologia a favor do processo de aprendizagem, com programas modernos como o Google for Education, Robótica e SESI Matemática. A escola funciona na unidade do SESI no bairro Parangaba, na Avenida João Pessoa, 6754.