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SESI realiza formatura de alunos da EJA no IPPOO 2, em Itaitinga

22/03/2022 - 14h03

Em cerimônia realizada nesta terça-feira, 22/03, 141 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) receberam, do SESI Ceará, os certificados de formatura nos Ensinos Fundamental (I e II) e Médio, no Instituto Penal Professor Olavo Oliveira 2 (IPPOO 2). A unidade prisional fica em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.

Participaram do evento o Superintendente do SESI Ceará, Paulo André Holanda; a Gerente da Unidade de Educação e Cultura (UNEC) do SESI Ceará, Ana Paula Pinho; o titular da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque; o diretor do IPPOO 2, Pedro da Mata; o coordenador de educação da SAP, Rodrigo Moraes; e as representantes da Assembleia Legislativa do Ceará, Amanda Melo (articuladora do Comitê de Responsabilidade Social) e Tamires Guimarães (orientadora da Célula de Articulação e Fomento à Cidadania).

Em seu discurso, Paulo André Holanda incentivou os estudantes a seguir os estudos. “Vocês (internos), estudando, tendo uma capacitação, tanto dentro do sistema prisional como fora, podem mostrar o talento de vocês. Hoje, eu estava vendo que aqui tem programador de computação, tem pessoas que jamais pensavam em estar costurando e estão fazendo uma produção muito bacana. Aproveitem, realmente, esta oportunidade para, quando saírem, saírem diferentes. O secretário (Mauro Albuquerque) está, o tempo todo, atrás de oportunizar vocês para a educação - que é o que liberta - e para o trabalho. Quando vocês estiverem alfabetizados pelo SESI e, depois, tendo um certificado do SENAI, vocês terão a condição de entrar no mercado de trabalho ou empreender”, disse. “Agradeço, de coração, ao Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, que sempre consegue recursos para ampliar, cada vez mais, essa parceria”.

O secretário Mauro Albuquerque ratificou a importância do trabalho em conjunto com o SESI para a educação dos internos, no intuito de zerar a taxa de analfabetismo nas unidades prisionais estaduais, e gerar mais oportunidades de trabalho. “A gente está fazendo a nossa parte, como Estado, que é cumprir a Lei de Execuções Penais, com capacitação e educação, para a gente realmente mudar a vida dessas pessoas, porque eu acredito que o ser humano pode mudar, a qualquer tempo, basta querer. O meu muito obrigado ao SESI”.

De acordo com a lei de Execução Penal (artigo 126, parágrafo 1º, inciso I), pode ser descontado um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar. E, caso o detento conclua o Ensino Fundamental, por exemplo, desde os anos iniciais, ele tem direito a 133 dias de remissão da pena, mais um terço deste tempo, totalizando 177 dias remidos.

O coordenador de educação da SAP, Rodrigo Moraes, enfatizou a relevância e o alcance gerado pela parceria entre SESI e a Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará. “A parceria SAP e SESI transcende o IPPOO 2 para outras unidades prisionais, incluindo a cadeia pública de Juazeiro do Norte e duas unidades em Sobral”.

A cerimônia de entrega de certificados deu destaque a alguns dos alunos que receberam nota máxima, em todas as avaliações dos Ensinos Fundamental e Médio. Jonathan Nunes, um dos internos que tiraram nota 10 nas disciplinas dos anos iniciais, que incluem a alfabetização, recebeu o certicado das mãos de Ana Paula Pinho e aproveitou a oportunidade para agradecer. “Antes, eu não sabia ler nem escrever. Mas, agora, estou sabendo ler, fazer um resumo de um texto, usando vírgula, fazendo cálculo. Agradeço ao SESI pela oportunidade que está dando a nós.”

Educação que transforma

A comitiva visitou instalações do Instituto Penal, como salas de aula, de corte e costura, laboratório de computadores e área de fabricação de pães. A rotina dos detentos é de capacitação profissional, durante o dia, e de estudos, à noite.

Em uma das salas de aula de Ensino Fundamental, a professora Amanda Ferreira, que leciona diversas matérias, disse que o trabalho de educar os detentos é muito gratificante. “A experiência, dentro do sistema prisional, é onde eu pude pensar que, de fato, é a educação mostrando o seu poder nessa transformação que a gente ocasiona na vida deles. Vemos, principalmente, avanços no comportamento, avanços sociais. Alunos que, aqui, é que vão ter a oportunidade de pensar em vários temas que nunca tiveram a oportunidade de conversar”.

Um dos detentos que entraram no IPPOO 2 ainda analfabetos é Francisco Ferreira, de 33 anos. Cumprindo pena há quatro anos, ele se diz agradecido pela chance de estudar. “Foi uma boa ação, da parte do SESI, agir em cima dos presos que pensam em sair daqui regenerados. Pretendo concluir o Ensino Fundamental e Médio, para que, um dia, eu venha a receber uma oportunidade de trabalho”.

Na sala de costura, os internos fabricam várias peças de vestuário e acessórios, incluindo os uniformes dos policiais penais. Alguns deles aprendem técnicas como a de patchwork, que reaproveita retalhos de tecido para a fabricação de bolsas, mochilas e estojos, por exemplo. Alberto Rodrigues (38), está no IPPOO 2 há sete anos, já concluiu o curso de Serralheria, pelo SENAI, está praticando a técnica de patchwork e, no turno da noite, é aluno do SESI.

Já na sala de computadores, um dos internos que ingressaram no sistema prisional já com Ensino Superior completo, está desenvolvendo um sistema informatizado para acompanhar o fluxo de livros entre as unidades penitenciárias.

Segundo o coordenador de Educação do Sistema Penitenciário, a iniciativa é exemplo de como a educação é uma ferramenta de transformação para pessoas que estão cumprindo pena por crimes do passado.

 

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