Paulo André Holanda aborda os desafios da educação profissional e tecnológica em reunião do Conselho Nacional de Educação
O Conselho Nacional de Educação (CNE), realizou, nesta quarta-feira (08/11), na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), uma reunião pública para discutir os Alcances e Desafios da Educação Profissional e Tecnológica. A mesa redonda contou com a participação do Diretor Regional do SENAI Ceará e Superintendente do SESI Ceará, Paulo André Holanda, além de autoridades, entidades e profissionais da educação brasileira.
A mesa foi presidida pelo Conselheiro nacional de educação, Luiz Roberto Liza Curi, e teve moderação da Conselheira nacional de educação, Elizabeth Guedes. Entre os debatedores, além de Paulo André Holanda, estavam a Secretária Executiva do Ensino Médio e Profissional da Seduc/CE, Jucineide Fernandes, o Conselheiro Estadual de Educação do Ceará, Samuel Brasileiro Filho, o Superintendente-Executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, e o Secretário de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Alexandre Martins Vidor.
O Presidente da mesa iniciou o encontro abordando problemas sociais, como desigualdade, desemprego e pobreza, e apontou a educação como importante ferramenta para enfrentá-los. Ao estabelecer um panorama da educação no Brasil, usou dados de 2021: “Temos 6,5 milhões de jovens de 15 a 24 anos desempregados e fora da escola. É um percentual quase dobrado comparado a todas as outras faixas etárias”, disse.
Para contextualizar a importância da educação, destacou ainda a relação entre a perda de emprego, a pobreza e a fome, que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros — e 13 milhões, em situação de risco alimentar. “Precisamos de uma formação adequada para apostar na educação como forma de reordenamento, recuperação da produtividade e ampliação do emprego qualificado para a indústria”, apontou.
O tema indústria teve destaque na fala de Paulo André Holanda, que, na ocasião, representou o Diretor Geral do SENAI e Diretor Superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.
“A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está presente em todo o território nacional (SESI, SENAI e IEL). São mais de 550 escolas do SESI, mais de 600 do SENAI e mais de 580 unidades móveis de educação profissional espalhadas no país, além disso temos laboratórios de ponta e um corpo técnico de professores e instrutores extremamente bem qualificados. Tenho certeza que qualquer política pública de um governo federal vai precisar do SESI e do SENAI como instrumento de educação”, pontuou.
Com dados do mapa do trabalho da indústria, Paulo André Holanda destacou dados do estudo, em que estima-se que o Brasil vai precisar qualificar cerca de 10 milhões de trabalhadores para a indústria até 2025. Em contrapartida, o Índice de Anafalbetismo Funcional (INAF) atinge 30% de brasileiros de 15 a 64 anos. Para vencer esse desafio, ele destacou a importância de uma política pública bem estruturada, com continuidade e que deve fazer parte de um planejamento estratégico de Estado. “Os países que investem em educação voltada para o trabalho são mais desenvolvidos e com menos índices de marginalidade e corrupção”, disse.
Em seguida, refletiu sobre como inovar, aumentar a produtividade do trabalhador e melhorar a competitividade da indústria brasileira mesmo com os índices educacionais do país muito inferiores aos dos países desenvolvidos. “Precisamos de um estadista da educação no país”, apontou.
“Aqui na FIEC, na gestão do presidente Ricardo Cavalcante, temos importantes ações, testadas e comprovadas, voltadas à educação básica e ao técnico profissionalizante. Temos também o Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (Cointec), onde mensalmente abordamos temas relacionados à educação, com participação da Academia, do governo, do setor produtivo e das instituições de fomento, com a finalidade de que pesquisas e inovação sejam aplicadas nas indústrias e para a população”, completou.
A reunião contou, ainda, com o debate do público presente. Com duração até esta quinta-feira (09/11), o evento reúne autoridades da educação brasileira para abordar os seguintes temas: “Plano Nacional de Educação”, “Políticas Sociais na Educação Básica”, “Expansão, Regulação e Avaliação da Educação Superior” e “Alcances e Desafios da Educação Profissional e Tecnológica”.