Balança comercial cearense tem saldo negativo de US$ 1,1 bilhão no acumulado de 2015
O Ceará registrou um déficit de US$180,5 milhões na balança comercial no mês de maio, com as exportações retraindo 16,5% – de US$ 82,3 milhões para US$ 72,1 milhões – , e as importações 34,4% – de US$ 385 milhões para US$ 252,7 milhões, em comparação com igual período de 2014. No acumulado do ano, as vendas para o exterior caíram 18,3%, de US$ 488,6 milhões para US$ 399 milhões, enquanto que as compras externas subiram 20,7%, de US$ 1,2 bilhão para US$ 1,5 bilhão, resultando em um saldo negativo de US$ 1,1 bilhão.
Esses são os principais destaques do "Ceará em Comex", estudo de inteligência comercial elaborado mensalmente pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), referente ao mês de maio de 2015. Diferente do Brasil, que reduziu suas importações, o Ceará aumentou sua participação nas compras externas em relação ao país nos cinco primeiros meses do ano, alcançando 1,92% - com aumento de 48,3% em relação à igual período de 2014, quando registrou 1,29%.
De acordo com o superintendente do Centro Internacional de Negócios, Eduardo Bezerra, os combustíveis continuam sendo o "grande vilão" do comércio exterior cearense. “Não é produzido no Estado, mas a Petrobras realiza suas operações de exportação e importação através do Porto do Pecém. Assim, altera os números da corrente de comércio cearense. É responsável, em grande parte, pela queda no valor exportado, bem como pelo expressivo aumento das importações”, explica.
Segunde Eduardo Bezerra, merece ainda especial atenção as retrações entre 12% e 16% nos setores de: calçados; peles e couros; e frutas (incluindo-se castanha de caju).
Exportações
Já a participação do estado nas exportações nacionais obteve uma pequena retração, passando de 0,54%, em 2014, para 0,53%, em 2015. O Ceará figurou na décima sexta posição entre os principais estados brasileiros exportadores (tabela 4), devido à retração de 18,3% nas vendas externas, acompanhando a tendência brasileira. Das 27 Unidades da Federação, apenas Maranhão, Tocantins, Piauí e Acre registraram incremento nas exportações no ano. Já em relação ao Nordeste, a participação cearense passou de 8,71% para 7,50% - queda de 13,9%.
Os calçados; as peles e couros; as frutas; e as gorduras/óleos animais e vegetais (incluindo as ceras de carnaúba); foram os quatro mais relevantes setores exportadores no acumulado do ano, respectivamente com US$ 106,6 milhões; US$ 76,2 milhões; US$ 61,5 milhões e US$ 30,8 milhões. Ressalta-se, porém, que, nos três mais relevantes, houve retração (15,8% para os calçados; 14,3% para as peles e couros e 11,9% para as frutas) em relação ao ano anterior. Chama ainda a atenção, o aumento de 11.091,3% nas máquinas, aparelhos e materiais elétricos.
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações do Estado no ano, com US$ 86,4 milhões. O estudo destaca ainda o incremento de 112,8% da Alemanha, em virtude de “Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores”; e a cera de carnaúba. No sentido oposto, a Holanda registrou uma queda de 78,6%, fruto da ausência de exportação/abastecimento de navios de combustível do tipo “fuel-oil” no acumulado de 2015.
Importações
No que refere-se às importações, o Ceará posicionou-se no décimo terceiro lugar entre os demais estados brasileiros – uma posição acima do registrado em igual período de 2014. Enquanto o país obteve uma retração em suas importações, o Estado foi na contramão, registrando o terceiro maior incremento percentual (20,7%) dentre todas as unidades federativas.
Em relação aos setores importadores, os combustíveis e óleos minerais obtiveram o maior aumento, tanto em valor absoluto - US$ 737,4 milhões, quanto em aumento percentual – 171,9%. Vale destacar ainda a retração de 56,9% nas compras externas de “Obras de ferro fundido, ferro ou aço”. O gás natural liquefeito foi o responsável por colocar Noruega, Espanha, Nigéria e Catar entre os principais mercados fornecedores para o Estado. No caso da Argentina, “Outros trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura” colocaram o país sul-americano em evidência.
Já os Estados Unidos destoa como destaque negativo, reduzindo em 58,9% a exportação de seus produtos para o Ceará. Os maiores protagonistas desse decréscimo norte-americano foram trigo; algodão; “outros grupos eletrogêneos de energia eólica”; hulha betuminosa, e outros diversos produtos.
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