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FIEC discute implicações do Bloco K para as indústrias

26/06/2015 - 17h06

O consultor da KPGM, Francélio Cavalcante, apresentou na terça-feira, 23/06, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), os principais pontos do Bloco K do Speed Fiscal, durante reunião da Diretoria Plena.

Previsto para entrar em vigor no Ceará a partir de 1° de janeiro de 2016 na contabilidade das empresas, o livro Registro de Controle da Produção e do Estoque por meio do Bloco K, terá impacto direto nas indústrias e nas empresas atacadistas. Através dessa modalidade deverão ser cadastrados eletronicamente todos os componentes (matéria-prima) que tiverem que ser utilizados para a fabricação de um produto final.

Já o presidente do Sindroupas e presidente do Conselho Temático de Economia, Finanças e Tributação, Aloisio Ramalho Filho, um dos organizadores do encontro, destacou a importância de os empresários estarem cientes de que o Bloco K será implantado, para que possam se preparar desde já. Ele lembrou também a necessidade dos presidentes dos sindicados filiados à FIEC repassarem as informações aos associados.

Francélio Cavalcante lembrou que a empresa precisará organizar todos os tipos de estoque para se alinhar ao Bloco K. Além dessa, ele deu outras dicas sobre o que as empresas precisarão fazer a partir de janeiro de 2016 para se adequar às exigências.

Entre elas: 1) ter processos de compras, produção e vendas bem definidos; 2) formação de equipe multidisciplinar; 3) revisão de cadastro das mercadorias e produtos; 4) adequação dos softwares de controle de estoques; 5) revisão das fichas técnicas dos produtos; 6) conhecer o custo, perdas e desperdícios; 7) realizar testes e simulações prévias; 8) manter auditorias permanentes nos arquivos digitais.

Entre as ameaças, o consultor destacou a disponibilização de segredos industriais, a possibilidade de autuações ao prestar informações que revelem irregularidades ou erros, dificuldade de adaptação de pessoas e falta de capital para implantar os processos necessários.

Francélio Cavalcante destacou ainda que, mesmo existindo no princípio dificuldades para a adaptação da nova sistemática, há aspectos positivos a serem considerados, como, por exemplo, o melhor controle de estoque, redução ou eliminação de concorrência desleal, profissionalização maior do processo produtivo.

Entenda o Bloco K

Com o Bloco K, o fisco passará a ter acesso completo a todos os processos produtivos e movimentações das empresas. O que, por sua vez, possibilitará grande facilidade para o cruzamento dos dados dos saldos apurados pelo sped, com os informados pelas empresas nos inventários. Desse modo, em caso de diferenças de saldos que não se justifiquem, essas poderão ser configuradas como sonegação fiscal.

É importante ressaltar que, antes da nova obrigação, as empresas já precisavam possuir esse conteúdo em um livro físico, todavia isso não era uma prática, já que o livro de Controle da Produção e de Estoque quase nunca era exigido. Agora esse quadro se altera, pois ao entrar no Sped Fiscal, a fiscalização para essa obrigação será mais ativa.

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