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Setor moveleiro aposta na exportação para enfrentar a crise

02/07/2015 - 12h07

A produção de móveis no Ceará teve queda, em média, de 30%, devido à crise econômica brasileira que não apenas afeta esse, como os demais setores industriais do País. A constatação é do presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário no Estado do Ceará (Sindmóveis), Geraldo Osterno Júnior, acrescentando que algumas fábricas estão trabalhando com 70% da sua capacidade. Ele disse que há empresas, no Ceará, que estão trabalhando apenas três vezes por semana. Isso, segundo ele, já está provocando a demissão de um significativo número de trabalhadores. E muitas empresas estão dando férias coletivas para tentar evitar as demissões.

A  solução para a crise, segundo Osterno, seria o governo disponibilizar dinheiro para fazer novos investimentos, a fim de que o crescimento possa voltar a acontecer. “Não tem como baixar preço de móveis, porque os lucros estão diminuindo cada vez mais, pela alta nos custos da mão de obra e dos insumos, devido à inflação”, afirma. Osterno destaca ainda que a crise não é apenas em relação ao setor moveleiro cearense. O presidente do Sindmóveis, nesse sentido, destaca que o segmento em termos nacionais apoia o plano nacional de exportação apresentado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro.

Para Osterno, a saída nesse momento de crise é a exportação. Mas para isso é preciso que seja solucionado um dos principais gargalos, que diz respeito ao ressarcimento de impostos (IPI, PIS, Cofins e ICMS) da lei Kandir. Osterno concorda com o presidente da Abimóvel, Daniel Lutz, para quem “há oportunidades para produtos e serviços brasileiros em cada uma das regiões. Porém, a indústria de móveis brasileira precisa ter condições similares às dos outros países para competir no comércio internacional. A alta carga tributária, a falta de financiamento e garantia às exportações (como o Proex), a elevada burocracia para a realização das exportações, entre outros, dificulta as condições de acesso e de concorrência dos produtos brasileiros”.


A indústria de móveis no Brasil exerce um papel de liderança da cadeia produtiva de madeira e móveis. Na ponta dessa cadeia, há uma enorme rede de varejistas especializados e lojas de departamento que dependem de produtos fornecidos pelo segmento como uma de suas principais fontes de renda. De acordo com o Relatório Setorial da Indústria de Móveis no Brasil de 2014, há cerca de 18,7 mil empresas nessa indústria, que em 2013 produziram aproximadamente R$ 42,9 bilhões em vendas, o que equivale a 1,9% do valor total da receita líquida da indústria de transformação do país (excluídas a indústria extrativa mineral e a construção civil, que complementa o setor secundário da economia).

Em dados mais recentes, de acordo com o IEMI, em 2014, essa indústria produziu em 2014, R$ 44,9 bilhões, uma taxa de crescimento de 4,7% em relação ao ano anterior e a expectativa para o ano de 2015 é um crescimento estimado de 5,9%. O setor gerou 328,6 mil postos de trabalho em 2013, 3,3% do total de trabalhadores alocados na produção industrial nesse ano. Portanto, além de sua importância econômica, esse é um segmento de forte impacto social.

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