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Ceará registra déficit de U$ 76,5 milhões na balança comercial em junho

15/07/2015 - 11h07

A balança comercial do Ceará registrou déficit de US$ 76,5 milhões no mês de junho, com as exportações retraindo 69,1% (de US$ 263,1 milhões para US$ 81,3 milhões), e as importações 20,2% (de US$ 197,6 milhões para US$ 157,7 milhões), em comparação com igual período de 2014. No acumulado do ano, as vendas para o exterior caíram 36,1% (de US$ 751,7 milhões para US$ 480,2 milhões), enquanto que as compras externas subiram 15,0% (de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,6 bilhão), resultando em saldo negativo de US$ 1,2 bilhão.

Os dados são do "Ceará em Comex", estudo de inteligência comercial elaborado mensalmente pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), referente ao mês de junho de 2015.

Diferente do Brasil, que reduziu suas importações, o Ceará aumentou sua participação nas compras externas em relação ao país nos cinco primeiros meses do ano, alcançando 1,77% - com aumento de 40,5% em relação à igual período de 2014, quando registrou 1,26%. Já a participação do estado nas exportações nacionais obteve retração, passando de 0,68%, em 2014, para 0,51%, em 2015.

A partir desses números o Ceará figurou na décima sexta posição entre os principais estados brasileiros exportadores, devido à retração de 36,1% nas vendas externas, superando a média brasileira, de 14,7%. Das 27 unidades da Federação, apenas Maranhão, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte e Acre registraram incremento nas exportações no ano. Já em relação ao Nordeste, a participação cearense passou de 10,01% para 7,25% - queda de 27,6%.

Entre os principais corredores logísticos nas vendas externas cearenses no acumulado do ano, o Pecém foi o principal porto exportador, com US$ 149,6 milhões, apesar da queda de 65,6%, fruto, sobretudo, da redução das exportações de óleo combustível do tipo “fuel-oil”; dos calçados; e da castanha de caju. Por outro lado, o Porto de Salvador – posicionado na quarta colocação entre os principais corredores, apresentou incremento de 164,2%, em virtude, principalmente dos calçados; dos couros e peles; dos tecidos; e da castanha de caju.

Outros portos em destaque foram o de Sepetiba e São Francisco do Sul, com aumento, respectivamente, de 1.030,7% e 163,4%. No caso do porto carioca, os calçados, os complementos alimentares, os couros e peles, e calçados foram os principais responsáveis pelo aumento. Já no porto catarinense, o aumento esteve relacionado basicamente aos couros.

Em relação aos setores exportadores, calçados, peles e couros, frutas (incluindo a castanha de caju), e as gorduras/óleos animais e vegetais (incluindo as ceras de carnaúba), foram os mais relevantes no acumulado do ano, respectivamente, com US$ 127,6 milhões, US$ 92,5 milhões, US$ 70,3 milhões e US$ 36,7 milhões. Ressalta-se, porém, que, nos três mais relevantes, houve retração (14,6% para os calçados, 13,8% para as peles e couros e 10,9% para as frutas) em relação ao ano anterior. Chama ainda a atenção, o aumento de 10.332,0% nas máquinas, aparelhos e materiais elétricos e a queda de 91,9% nos combustíveis e óleos minerais.

Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações do Estado no ano, com US$ 111,5 milhões, com participação de 23,2% do total das vendas externas cearenses. Ressalta-se, ainda, o incremento de 103,6% da Alemanha, em virtude de “Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores”; e a cera de carnaúba. No sentido oposto, a Holanda e as Antilhas Holandesas registraram queda, respectivamente, de 84,7% e 78,7%, fruto da ausência de exportação/abastecimento de combustível de navio do tipo “fuel-oil” no acumulado de 2015.

Do lado das importações, o Ceará posicionou-se no 14° lugar entre as unidades da Federação em 2015. Enquanto o país obteve retração em suas importações, o Estado foi na contramão, registrando o quarto maior incremento percentual (15,0%) dentre todas as unidades federativas. Já em relação ao Nordeste, a participação cearense passou de 10,34% para 13,01% - aumento de 25,8%.

Entre os corredores logísticos das compras externas cearenses no acumulado do ano, Pecém foi o principal porto em valores importados, com US$ 956,3 milhões (incremento de 6,8%), fruto, sobretudo, do gás natural liquefeito. O porto de Santos, segundo corredor logístico mais utilizado para as importações cearenses, apresentou acréscimo de 191,5% em relação ao mesmo período do ano passado, graças ao forte incremento em sua pauta.

O corredor que obteve maior crescimento percentual foi o Aeroporto de Foz do Iguaçu, com 560%, fruto, unicamente, da compra de “aviões e outros veículos aéreos”. No sentido inverso, o Porto de São Francisco do Sul foi o que apresentou maior decréscimo, devido à retração na pauta. Ademais, o aeroporto de Boa Vista apresentou queda de 87,1%, fruto da inexistência da importação de “aviões e outros veículos aéreos, de peso superior a 2 mil quilos, mas não superior a 15 mil.

Em relação aos setores importadores, os combustíveis e óleos minerais obtiveram o maior aumento, tanto em valor absoluto - US$ 749,8 milhões, quanto em aumento percentual – 160,9%. Vale destacar a retração de 60,5% nas compras externas de “obras de ferro fundido, ferro ou aço”. O gás natural liquefeito foi o responsável por colocar Noruega, Espanha, Nigéria e Catar entre os principais mercados fornecedores para o Estado.

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