Jornalista e economista Dony de Nuccio aconselha aos empresários que inovem e empreendam diante da crise
" O empresário pode optar em chorar ou vender lenços. Se molhar ou se proteger comodamente da chuva. Ele não determina o ambiente e conjunturas políticas e econômicas a sua volta. Mas determina a sua reação diante da crise. A sua ação determina o sucesso. Vocês empresários brasileiros conhecem o país e tem tudo para sair na frente dos estrangeiros". Foi nesse viés de olhar para frente a fim de ajustar a economia do país para enfrentar esse cenário de instabilidade econômica, com base em dados e números bem avaliados, que o economista e jornalista Dony de Nuccio falou para um auditório Waldyr Diogo lotado de empresários da indústria, comércio e serviços do Ceará, durante a 8ª edição do Fórum Industrial Ideias em Debate, realizado na noite desta quinta-feira, 3/9, na sede da FIEC, em Fortaleza. O presidente da FIEC, Beto Studart, fez a abertura do evento mediado pelo economista Sérgio Melo.
Para o jornalista e economista Donny de Nuccio, a crise chegou ao dia a dia das pessoas desde da hora de pagar as contas até fazer compras no supermercado. Na sua visão, a crise como tudo na economia é uma média. É amarga para quem sofre. Para outros, ela é uma oportunidade de empreender, ganhar mercado e renascer das cinzas.
Por meio de uma apresentação bem ilustrativa, dinâmica, fazendo uso do jornalismo de dados, como se fosse um empresário ou investidor de fora pensando o país, o palestrante listou que os fatores que mudaram a percepção positiva do Brasil no mercado internacional, nos últimos 4 anos, foram o custo brasil, o PIB baixo, renda per capita baixa e pior resultado das contas públicas. "De nada adianta arrecadar mais sem apoio político e empresarial. Pela frente, temos os desafios do varejo, ratting, renda e política", analisa.
Nesse cenário de pessimismo, como também de um país de grande mercado consumidor e de muitas potencialidades econômicas, segundo Dony de Nuccio, cabe aos empresários, executivos de finanças e investidores terem olhos de tigres para avistar oportunidades para empreender e ganhar mercado." Sugiro que essa é a hora de escolherem talentos para novas equipes nas empresas; de serem eficazes, executarem bem o plano de negócios; de se adaptaemr; se diferenciarem; surpreenderem, encantarem e fidelizarem o cliente; e inovarem", aconselhou. Donny afirmou que a Inovação é uma das saídas para se superar a crise. "Nada como uma boa crise para inovar e fazer mudanças trazendo retorno financeiro. Para isso, tem que criar, pensar e se disciplinar mais. Melhorar a gestão e processos na empresa", explicou.
O presidente da FIEC, Beto Studart, acredita que a longevidade da crise econômica não vai perdurar se invertermos a crise política. " Eu sou um empresário positivo se os indicadores econômicos estiverem positivos. A visão do palestrante foi positiva se pensarmos na máxima de que tudo passa se acreditarmos no tamanho das potencialidades do país diante da crise. Assim podemos reverter esse cenário nos próximos seis meses", prevê. Beto Studart manifestou ser contra a volta da CPMF. " Sobretaxar mais com uma carga tributária já pesada de 36% não é boa alternativa. Os industriais são contra o aumento de impostos e favoráveis a produzir mais e manter os empregos", defende.
O mediador do evento, o economista Sérgio Melo, disse que fóruns como o Ideias em Debate são importantes para avaliar as dificuldades que o Brasil vem enfrentando, como desemprego, indústria produzindo menos, comercio vendendo menos, o que resulta no baixo consumo. " O evento ajuda ao empresário a refletir sobre esse cenário crítico e a buscar soluções", enfatiza. Sobre a possível volta da CPMF, Sérgio Melo diz que é um tiro no pé se o Governo Federal confirmar o retorno. " Para cortar gastos, o Governo precisa é reduzir o orçamento cortando o que é desnecessário e oneroso", avalia.