Secretário Inácio Arruda defendeu a destinação exclusiva de recursos do FIT para inovação
A aplicação do Fundo de Inovação Tecnológica (FIT) de modo exclusivo para programas de Inovação foi debatida em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (23/9). Na ocasião, o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, defendeu a proposta de alteração da lei do FIT, para que os recursos disponíveis no Fundo não sejam transferidos ao tesouro estadual ao final de cada ano.
“Não podemos deixar que os recursos do FIT escoem. Esta é uma iniciativa do poder Executivo, mas o Legislativo também pode reivindicar que o fundo permaneça para a Inovação”, pontuou. O debate na AL contou com a participação de vários gestores de instituições ligadas à CT&I, bem como de estudantes de pós-graduação. A audiência foi requerida pelo deputado estadual Carlos Matos e presidida pelo deputado Carlos Felipe, presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Educação Superior da Assembleia.
Foram apresentados pelo secretário Inácio Arruda os investimentos realizados pelo FIT desde a sua criação, em 2004. Por meio dos editais lançados pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), o valor financiado pelo Fundo foi de R$ 13.914.186,83, apoiando projetos inovadores de 52 empresas.
Segundo o secretário, a previsão é que sejam investidos R$ 31.667.392,91 em 2015. “O FIT tem um papel importante no desenvolvimento científico e tecnológico do Ceará. É preciso criar um ambiente favorável à Inovação”, defendeu.
Para o presidente da Funcap, Francisco César de Sá Barreto, o Fundo é de extrema relevância para o Estado. “O FIT é um recurso nobre, pois entra na área de Ciência, Tecnologia e Inovação para promover o desenvolvimento científico, tecnológico e social, apoiando programas estratégicos do Estado”, afirmou, destacando as duas reuniões do Conselho Gestor do FIT já realizadas em 2015 e a possibilidade de mais uma reunião ainda este ano para discutir o planejamento de 2016.
Bolsas da Funcap
Ainda na apresentação do secretário Inácio Arruda, foi mostrado que a Funcap, em 2011, era responsável por 22% das bolsas de doutorado e 31,3% das de mestrado no Ceará. Em 2015 esse número passou para 52,3% e 57,6%, respectivamente. De acordo com o presidente da Fundação, esses números mostram que a Funcap está honrando seu programa de bolsas e também está cobrindo as ausências de Capes e CNPq.
“Estamos participando mais do que participávamos antes, mas não podemos ser uma agência puramente de bolsas. O estado não pode depender só disso. Os outros estados estão investindo em infraestrutura de pesquisa. Devemos usar o FIT para promover a melhoria da infraestrutura de pesquisa das universidades e empresas no Ceará”, explicou o presidente da Funcap.
Na oportunidade, estudantes de mestrado e doutorado bolsistas da Funcap presentes na audiência protestaram contra o atraso no pagamento das bolsas. No entanto, foi informado pelo secretário Inácio Arruda que o recurso para a normalização do pagamento foi liberado. De acordo com a Funcap, o pagamento deverá ser realizado na próxima semana.
A audiência contou com a presença de representantes do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec); da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec); da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA); do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), além de estudantes e empresários do setor.
Da FIEC, participaram o presidente do Centro Industrial do Ceará, José Dias de Vasconcelos, o presidente do Conselho Temática de Inovação e Tecnologia da Fiec, Sampaio Filho e o presidente do Sindialimentos, André Siqueira.