Empresas são orientadas sobre investigações antidumping na indústria
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), através do seu Centro Internacional de Negócios, sediou, nesta terça-feira (24/11), o workshop “A Indústria e as Investigações Antidumping”. O evento, uma promoção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com o apoio da FIEC, objetivou difundir os processos antidumpíng como alternativa para combater práticas comerciais de concorrência desleal. O dumping ocorre quando o preço do produto exportado ao Brasil (preço de exportação) é inferior ao praticado no mercado interno do país do qual se origina o produto (valor normal).
De acordo com a gerente executiva de Negociações Internacionais da CNI, Soraya Rosar, a CNI e o MDIC finalizaram em Fortaleza esse road-show que passou por diversas cidades brasileiras para divulgar os processos antidumping como uma ferramenta desleal que vem se repetindo principalmente em relação a países asiáticos. Ela explica que iniciar uma investigação antidumping não é um processo simples, mas quando se define que essa é a uma possível solução para uma concorrência desleal, vem sendo eficiente.
Na ocasião, também foi apresentada a “Cartilha Antidumping da CNI”, que tem como objetivo auxiliar as empresas brasileiras a se prepararem adequadamente para os processos de investigação antidumping. De acordo com o consultor das CNI, Lucas Spadano, é muito importante para o êxito do processo a organização interna das empresas, uma vez que são demandadas informações de ordem técnica, financeira, contábil, de recursos humanos, entre outros. Do total de demandas por investigações antidumping entre 2005 e 2014, 57% resultaram na abertura de investigações formais.
De acordo com Spadano, a taxa de aplicação de medidas de defesa comercial é de cerca de 40% de sucesso.
Entre as áreas industriais que mais demandam investigações antidumping, de acordo com a coordenadora geral de Antidumping e Circunvenção do MDIC, Rafaela Teixeira Vieira Noman, estão calçados, objetos de vidro, óculos, produtos agropecuários, entre muitos outros. Segundo ela, existem casos de empresas muito pequenas que conseguiram alcançar um bom resultado. No Brasil, de acordo com o MDIC, já foram aplicadas 197 medidas de defesa comercial, após processos de investigação antidumping. Entre os casos de sucesso, ela citou de resina PET, inseticida à base de fosfeto de Mg, ácido cítrico e seus sais e leite em pó.