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Energia solar é o setor de mais interesse da China no Ceará, diz presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China

22/01/2016 - 19h01

“A China acredita mais no Brasil do que os próprios brasileiros”, disse o  presidente binacional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China (CCIBC), Charles Tang, durante a palestra “Oportunidades de Investimentos China/Brasil”, realizada nesta sexta-feira, 22/02, na Casa da Indústria, pelo Conselho Temático de Relações Internacionais (Corin) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Charles citou os investimentos chineses no Brasil. Segundo ele, os setores prioritários para investimento chinês aqui são Energias Renováveis e Petróleo e Gás. A CCIBC tem intermediado negócios importantes entre empresas chinesas e brasileiras, disse ele, dando como exemplo a Jac Motors, empresas de ônibus elétrico e grandes empreiteiras da construção civil.

Tang falou ainda sobre o atual momento da economia chinesa. “A China está fazendo a transição de um modelo de desenvolvimento e investimentos para um modelo de consumo. É normal que deixe de crescer a dois dígitos. Além disso, vamos transferir 400 milhões de pessoas do meio rural para o meio urbano nos próximos anos, o que demandará muito aço, tanto para construção de casas quanto para produção de bens da linha branca”, explicou.

Para Tang, alguns fatores são responsáveis pelo Brasil não acompanhar o ritmo chinês de desenvolvimento. “O Brasil adota um modelo econômico de pobreza. Falta planejamento de curto, médio e longo prazo, as taxas de juros são impossíveis. O Brasil reuniu mais características para o desenvolvimento do que o Japão e a China, mas falta vontade e saber ser”, disse o executivo.

O presidente do CORIN, Marcos Oliveira, disse que a vinda de Charles Tang está ligada ao interesse da câmara chinesa em trazer investidores interessados no Brasil e, mais especificamente, para a Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE), com destaque para a área de energia solar.

A Câmara Brasil-China é uma organização independente, sem fins lucrativos, fundada em 1986 em São Paulo e tem como objetivo promover o intercâmbio e a cooperação nos campos econômico, acadêmico e cultural entre Brasil e China e fomentara relação entre seus povos, contando com o apoio da comunidade empresarial, dos meios diplomáticos e do governo.

Relações comerciais

Em 2014, o Brasil exportou US$40,62 bilhões para a China, configurando-se como o 9º mais importante parceiro comercial, com participação de 2,6% nas importações do país. Apesar do grande volume, houve retração de 4% em relação a 2013. A China vendeu 34,9 bilhões para o Brasil em 2014, o equivalente a 1,5% das exportações. Em relação a 2013, houve diminuição de 3%.

Já o estado do Ceará vendeu para a China, em 2014, US$ 61,2 milhões e comprou US$ 721,4 milhões. Entre os principais produtos vendidos estão peles e couros, minérios, escórias e cinzas, gorduras e óleos animais ou vegetais, preparações alimentícias diversas, calçados, polainas e artefatos semelhantes. Entre os mais comprados estão ferro fundido, ferro e aço, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, produtos químicos orgânicos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, sal, enxofre, terras e pedras, gesso e cal.

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