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Empresários dos ramos de rede e do vestuário iniciam conversas para implantar produções em presídios

01/03/2016 - 19h03


Empresários e lideranças dos setores do vestuário e de redes agendaram para o dia 16 de março pela manhã uma visita em pelo menos três unidades prisionais localizadas em um complexo entre os municípios de Aquiraz e do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. O acerto saiu após reunião realizada nesta terça-feira, 01/03, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), entre o secretário da Justiça e Cidadania do Governo do Estado do Ceará, Hélio Leitão, e os presidentes do Sindicato das Indústrias de Redes do Estado do Ceará (Sindredes), Aloisio Ramalho, do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário do Ceará (Sindroupas), Aloísio Ramalho Filho, e do  Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhora no Estado do Ceará (Sindconfecções),  Marcus Venicius Rocha Silva.

Eles começaram as negociações para uma futura celebração de um convênio que permita instalar linhas de produção bem como o aproveitamento de retalhos da roupas e produtos para confecção de artesanato. Outros sindicados patronais da indústria serão convidados para participar do projeto.

A visita será para conhecer os futuros locais para instalação de fábricas avançadas nas unidades prisionais a exemplo do que fazem empresas do setor de vestuário como a FAMEL, Colméia, Fillsete, Siker, Dona Florinda e empresas associadas ao Sindpan. Pelo convênio, os presos trabalham 40 horas semanais e recebem 3/4 do salário mínimo, quantia destinada à sua família.

Para empresas industriais, não há vínculos trabalhistas e poderão ter vantagens como o uso mais em conta da energia, por exemplo. "Nossa aposta agora é a qualificação desse preso para indústria. Os escolhidos serão mais disciplinados e serão triados por psicólogos e assistentes sociais.  Sem dúvidas, eles se agarram nessa oportunidade única e fazem um trabalho de qualidade por conta da disciplina, silêncio e concentração", esclarece o secretário Hélio Leitão. Representantes do Núcleo de Responsabilidade Social do SESI Ceará participaram da reunião para colaborar nos aspectos legais do futuro convênio.

Além da fabricação, os retalhos e resíduos serão reaproveitados para confecção de artesanato por outros presos. Porém, o convênio deverá conter um aditivo para o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme legislação. Sobre o assunto, uma representante do Núcleo de Meio Ambiente participou da reunião e colaborou com a primeira conversa sobre o convênio.

"A gente vai parar, analisar e prospectar a participação de empresários na visita que faremos e no futuro convênio", explica Aluísio Ramalho Filho, presidente do Sindroupas. Ele disse que o empresário tem interesse em linha de produção sobretudo para limpeza e acabamento das peças. Marcus Venícius Silva disse que a visita é importante para se conhecer os espaços onde serão montadas as estruturas.

O secretário Hélio Leitão reforçou que a futura parceria está dentro do Programa Ceará Pacífico do Governo do Estado. Ele revelou que o sistema prisional do estado possui 16 mil presos cumprindo penas nos presídios, sendo que 1.200 são mulheres. 

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