Saldo da balança comercial cearense melhora 3,2% em março, mas permanece deficitário
Dados do Ceará em Comex, pesquisa realizada pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC, mostram uma melhora no saldo da balança comercial do Ceará no mês de março em relação ao mesmo período de 2015. No entanto, o resultado ainda é negativo. O déficit diminuiu de US$ 136,8 milhões para US$ 132,4 milhões.
Contribuíram para isso um discreto aumento nas exportações, que passou de US$ 78,3 milhões para US$ 79,2 milhões (crescimento de 1,2%), e a pequena redução nas importações, que passou de US$ 215,1 milhões para US$ 211,6 milhões (recuo de 1,6%). Ainda que seja prematuro afirmar, o câmbio pode, finalmente, estar influenciando este cenário, revela o estudo.
Apesar da modesta reação no mês, no acumulado do ano, as exportações cearenses foram 5,8% inferiores às de 2015 (caindo de US$ 252,6 milhões para US$ 237,8 milhões no primeiro trimestre). As importações sofreram redução de 50,6% no período (passando de US$ 1 bilhão para US$ 500 milhões). Essa combinação das trocas comerciais resultou na melhora do déficit do saldo da balança em 65,4%.
A participação das exportações e importações cearenses na balança comercial do Nordeste no acumulado do ano foram respectivamente de 8,6% e 13,8%, ante 8,4% e 14,2% em 2015. Já em relação ao país, as exportações cearenses mantiveram-se inalteradas em 0,6%, enquanto que as compras externas passaram de 2,1% para 1,6%.
Outra informação importante mostrada na pesquisa é que o Ceará permanece na décima quarta posição no ranking dos estados exportadores brasileiros, atrás do Maranhão (com US$ 488,5 milhões) e a frente de Rondônia, (com US$ 217,6 milhões). É possível notar que dos principais estados exportadores, apenas aqueles onde o peso do agronegócio é maior obtiveram aumento nas vendas externas. Como resultado, o país exportou 5,1% menos em comparação com o acumulado de 2015.
Sobral foi o município cearense que mais se destacou nas exportações de janeiro a março do ano, tendo vendido ao exterior US$ 37,2 milhões, contra US$ 34,7 milhões de Fortaleza e US$ 33,8 milhões de Cascavel. Apesar dos números, os três maiores exportadores do estado apresentaram quedas nos montantes comercializados (respectivamente de 24,2%; 29,7%; e 10,8%), resultando em retração na participação das vendas externas cearenses.
Observando o ranking dos principais setores exportadores do Estado, o setor de calçados continua no topo da lista, apesar da queda de 6% (de US$ 71,1 milhões para US$ 66,8 milhões) em relação a 2015. Os destaques ficam por conta do aumento de 215,3% no item “peixes, crustáceos e moluscos” (passando de US$ 1,8 milhão para 5,6 milhões); de 108,1% nas “máquinas, aparelhos e materiais elétricos” (indo de US$ 4,8 milhões para US$ 10,0 milhões); e de 58,4% no “algodão” (de US$ 7,7 milhões para US$ 12,3 milhões).
Os Estados Unidos ampliaram ainda mais a sua participação no ranking dos países de destino das exportações cearenses em 2016 (de 19,6% para 24,5%), permanecendo como o principal comprador dos produtos comercializados pelo Ceará, com US$ 58,3 milhões (alta de 17,7% em relação a 2015, quando o país comprou US$ 49,6 milhões). Vale ressaltar ainda a participação positiva da Argentina, figurando na segunda posição, com US$ 18,8 milhões (ante US$ 13,4 milhões no ano passado) – alta de 40,2%.
Em relação às importações, o Ceará em Comex revela que o Ceará perdeu a 13a e a 14a posições, respectivamente, para Goiás e Distrito Federal, em virtude da combinação da retração cearense de 50,6%, bem como de uma queda menos acentuada de Goiás (de 18,8%) e do incremento de 72,8% do Distrito Federal.
São Gonçalo do Amarante continua sendo o município cearense com a maior participação nas compras ao exterior (46,1%), apesar das importações terem reduzido 61,7% (de US$ 600,8 milhões para US$ 230,3 milhões) no período de 2016 em comparação com 2015. Por outro lado, as importações de Aquiraz subiram 287,6% no período (passando de US$ 6,7 milhões para US$ 25,9 milhões).
O estudo aponta também os principais setores importadores do estado em 2016 e apenas o setor de “máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos” e os “cereais” (leia-se o trigo) registraram aumento (respectivamente de 24,5% e 10,9%). Por outro lado, os “combustíveis e óleos minerais” continuam no topo da lista dos setores importados pelo estado, apesar da queda de 64,6% (de US$ 558,9 milhões para US$ 197,7 milhões).
A China é o principal país de origem das importações cearenses no acumulado do ano, com US$ 91,7 milhões, apesar da queda de 39,2% em relação a 2015. Vale destacar que dos 10 países, apenas os Estados Unidos registraram incremento (60,3%) nas compras externas com o Ceará, passando de US$ 24,4 milhões para US$ 39,1 milhões.