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Palestra marca lançamento do Prêmio SESI SENAI de Educação no Ceará

17/05/2016 - 19h05

Falar da importância da educação faz parte das conversas de muitos brasileiros. Apesar de parecer uma unanimidade nacional, o Brasil ainda figura nas piores posições de quase todos os rankings de educação no mundo. Valorizá-la ainda é uma atitude de poucos, mas que serão cada vez mais numerosos se depender do SESI e do SENAI. Na noite de ontem, foi lançado o Prêmio SESI SENAI de Educação, que tem o objetivo de identificar, reconhecer e valorizar as indústrias cearenses que investem em educação, esforçando-se cotidianamente para diminuir o enorme abismo que separa muitos brasileiros da escola de qualidade.

Na ocasião, o presidente da FIEC Beto Studart lembrou que a má qualidade da educação brasileira impacta em atividades básicas da indústria, como quando um operário precisa ler o manual de instruções de uma máquina. " A educação é a base do desenvolvimento industrial. As experiências nas grandes empresas podem ser um modelo universal para as pequenas e médias empresas.", enfatizou.

A vice-governadora e ex-secretária de Educação do Estado, izolda Cela, presente ao evento, corrobou ao afirmar: “Acho muitíssimo interessante o ato de reconhecer ações positivas, o ato de valorizar quem se empenha e tem esforço em oferecer à sociedade produtos positivos. E mais ainda quando o objeto dessa ação é a educação! A promoção da educação como um pilar de sustentação do desenvolvimento econômico. A educação dá a base e é a possibilidade de termos uma sociedade mais justa, pois as piores mazelas e situações de dificuldade que as pessoas enfrentam estão relacionadas a baixos índices de educação”.

O palestrante da noite, Rafael Luchesi, que ocupa na Confederação Nacional das Indústrias (CNI) os cargos de diretor de operações, diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, foi categórico: “Sem fazer uma firme aposta na aducação não é possível desenvolver-se. Nada vai impulsionar mais o desenvolvimento do país do que o conhecimento.  A sociedade brasileira tem muito o que discutir, e os empresário precisam fazer parte disso. Ainda que sejam muito ocupados, que tenham muitas preocupações, essa precisa ser uma delas”. Para ele, o Brasil tem um problema de produtividade no trabalho, que faz com que cinco trabalhadores brasileiros equivalham a um trabalhador americano. “Problema de produtividade significa menos lucro para os empresários. Não existe nada pior do que uma sociedade que tem empresas que não são impulsionadores de desenvolvimento. Esse é o melhor contrato social possível”, indicou.

Segundo Luchesi, em 1870, o brasileiro ficava em média 6 meses na escola. Nos anos 1970, esse tempo saltou para 4 anos e meio. Hoje, a média de duração da vida escolar é de 7 anos. Nos países desenvolvidos esse tempo chega a 13 anos. “É um notável avanço, mas ainda é preciso avançar no que diz respeito à qualidade do ensino. Apesar de temos um ganho de tempo, não temos ganho de efetividade”, apontou.

No ponto de vista do professor, o sistema educacional brasileiro é muito acadêmico, com um conteúdo pensado para quem vai entrar na universidade. Para ele, os investimentos em educação profissional podem ser a solução.  “O que acontece é que as pessoas vão para o mercado de trabalho sem uma profissão e com enormes dificuldades, o atrapalha o seu projeto de vida e também a sua produtividade. É preciso acabar com essa oposição que existe no Brasil à educação para o mundo do trabalho. Na Europa, 50% dos jovens faz educação profissional junto com a regular. No Brasil, esse número era de apenas 6% antes do Pronatec e hoje é de 11%. Mas a educação profissional tem sentido de emancipação, inclusão e de ferramenta para o jovem mudar a sua história”.


Comissão julgadora da primeira edição do Prêmio SESI SENAI de Educação
Ednilton Soárez, presidente do Conselho Temático de Educação da FIEC e diretor da Faculdade 7 de Setembro
Edgard Gadelha, diretor financeiro da FIEC
Lília Maia, vice-reitora de Pós-graduação da UNIFOR
Ariosto Holanda, deputado federal
José Jackson Sampaio, reitor da UECE
Virgílio Araripe, reitor do IFCE
Ricardo Sabadia, superintendente do IEL/CE

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