Grande Moinho Cearense é a segunda empresa contemplada com o Trilhas de Aprendizagem do SESI
José Carlos Rodrigues Cardoso, 34, trabalha no Grande Moinho Cearense há 15 anos na área de produção. Quando entrou na empresa tinha parado de estudar no 1º ano do Ensino Médio em escola pública. Ia voltar a estudar pagando o supletivo quando soube da oportunidade de voltar a fazê-lo dentro da empresa na parceria com o SESI. "Corri para me inscrever e estudo até hoje. Fiz aulas de Biologia e Química e agora estudo Português e Matemática. O que estou aprendendo tem me ajudado muito no dia a dia do trabalho e a lidar melhor com os colegas e na operação das máquinas", reconhece.
José Marcial de Assis de Souza, 38, trabalha na área de manutenção no Moinho há quase seis anos. Assim como o colega José Carlos, participa das aulas dentro da empresa fazendo as mesmas disciplinas. Agora ele pensa em fazer os cursos de Educação Continuada. "Sempre tive vontade de concluir o Ensino Médio. Não tive a oportunidade quando mais novo e para mim ficava difícil frequentar uma escola comum, trabalhar e cuidar da família ao mesmo tempo. Soube que o SESI estava dentro da empresa oferecendo aulas e resolvi aproveitar. Hoje para se manter ou conseguir outro emprego a exigência do Ensino Médio é requisito importante", relata.
José Carlos e José Marcial têm contribuído para fortalecer a competitividade da indústria cearense por meio da educação, trilhando novos passos e caminhos, que impactam na vida pessoal e profissional deles e também no negócio do Grande Moinho Cearense. A empresa é a segunda do segmento alimentar a receber as atividades do Projeto de Educação Corporativa e Trilhas de Aprendizagem. O lançamento oficial da iniciativa aconteceu na tarde de terça-feira (21/6), na sede da empresa no Polo Industrial de Moagem de Trigo junto ao Porto do Mucuripe, com a participação de colaboradores da empresa e diretores, além de profissionais do SESI regional e nacional. A ação faz parte do Programa de Educação Continuada do SESI. O Ceará foi escolhido para executar o projeto piloto na área de educação por ter 100% de suas atividades educacionais voltadas a trabalhadores da indústria e por ter polos industriais fortes que precisam de ações para impulsionar seu desenvolvimento.
No Grande Moinho Cearense o SESI oferecerá três cursos de educação continuada e corporativa para uma turma inicial de 30 colaboradores, começando em julho, e finalizando em novembro deste ano. São eles: Educação Orçamentária; Matemática Básica; Comunicação Interpessoal no Ambiente de Trabalho. Além da formação básica, a empresa viu a necessidade no desenvolvimento pessoal e de desenvolver outras competências profissionais junto aos funcionários.O SESI que já vinha desempenhando trabalho de educação de formação básica com os trabalhadores dentro da empresa apresentou a proposta nacional do Projeto Trilha de Aprendizagem.
A gerente da Unidade de Educação e Cultura do SESI Ceará, Sônia Parente, enfatizou que visão da FIEC e das suas casas SESI SENAI e IEL, é de estar e atuar dentro da Indústria. A razão dessa proximidade é fortalecer o setor industrial como o todo. E para isso, o SESI leva a escolaridade e a qualidade de vida para junto do trabalhador. O trabalhador qualificado contribui para o aumento da competitividade e com o negócio da empresa. "Assim como o Moinho aderiu aos projetos de educação do SESI, os trabalhadores também vão continuar aderindo", acredita Sônia.
Ela explica que os cursos oferecidos receberão acompanhamento junto com o RH da empresa e atendem a demanda e necessidades da empresa de forma customizada. "É importante para o SESI que o projeto piloto esteja sendo realizado dentro do Moinho. O projeto é espelho para os demais departamentos regionais do SESI. O trabalho que realizarmos aqui será multiplicado para todo o Brasil respeitando as particularidades dos segmentos industriais dos outros Estado", ressalta.
O diretor de Finanças e Controle do Grande Moinho Cearense, Cláudio Fontenele, revela que uma pesquisa de clima organizacional feita na empresa em 2015 observou pelas respostas que existia lacuna de treinamento mais amplo para os colaboradores além do treinamento específico no que diz respeito a atividade produtiva da empresa. "Identificamos e fomos ao SESI e trouxemos alguns programas de treinamento que dessem embasamento maior aos trabalhadores. Fizemos curso de português básico, com duas turmas; curso de introdução à informática com uma unidade móvel do SESI aqui dentro. Trouxemos um curso de liderança que movimentou 40 colaboradores. Assim a empresa vem identificando as deficiências para poder suprir o que foi colocado na pesquisa de clima. E a parceria do SESI visa isso. Tem o conhecimento na área de treinamento, tem profissionais para o treinamento, a empresa disponibiliza o espaço com um auditório moderno e disponibiliza o horário para o trabalhador. A empresa propicia o elo entre o trabalhador que quer aprender e o SESI que tem a competência de dar o treinamento", conclui Fontenele.
O Grande Moinho Cearense funciona 24 horas. A turma de treinamento foi feita de forma que ao término do horário e o início do outro turno de produção os dois grupos participem das aulas. A empresa adequou o tempo de trabalho abdicando parte do tempo da empresa para que o treinamento fosse realizado.
A analista industrial do SESI Nacional, Daniela Abreu, veio de Brasília acompanhar o lançamento do piloto do Trilhas de Aprendizagem no Grande Moinho Cearense. Durante o evento, ela apresentou dados pesquisas nacionais do SESI e da CNI que mostram a baixa qualificação do trabalhador e como as empresas estão dispostas a qualificá-los de forma continuada para alavancar seus negócios. Assim, segundo ela, surgiu o projeto. " O Ceará foi escolhido pelo fato do SESI regional ter uma forte atuação na educação continuada do trabalhador da Indústria dentro do ambiente de trabalho e pela boa relação da instituição com o setor industrial. O resultados desse projeto piloto serão apresentados no âmbito nacional", confirma Abreu.
A próxima indústria beneficiada com o Projeto Trilhas de Aprendizagem será a Fábrica Fortaleza, do Grupo M. Dias Branco. As aulas vão contemplar trabalhadores da linha de produção. A primeira foi a Companhia Industrial de Óleos do Nordeste(Cione), onde 45 colaboradores participam de vários cursos em sequência.